domingo, 24 de janeiro de 2010

e eu nunca mais te vi


Num dia como aos outros levantei me, tomei banho, vesti-me e fui para a paragem, entrei no autocarro sempre com aquela cara mt ensonada, disse bom dia ao motorista, e eram sempre as mesmas pessoas que estavam lá, sempre nos mesmos lugares ás mesmas horas com os mesmos destinos, sempre aquela rotina constante. Para meu espanto no meu lugar, mesmo ao lado da porta de saída, estavas lá sentado, não sabia o teu nome, nunca te tinha visto, e não sabia porque ocupavas tu o meu lugar, não eras lindo, não eras um rapaz de sonho, mas os teus olhos, verdes eram lindos, escondiam tantos mistérios e tinham tantas histórias para contar, sentei-me ao teu lado sem qualquer interesse, durante as semanas seguintes foi sempre assim, eu ficava sentada ao teu lado sentia me bem, sentia-me segura, ficavas calado, eu falava ao telemóvel, e escrevia no meu caderno. Num dia como qualquer outro eu sentei me ao teu lado, e tu sem medo e sem vergonha, falas-te para mim, juro que não estava nada á espera, tinhas-me apanhado de surpresa, nesses trinta minutos que ficamos a falar, contas-te me que gostavas de mim, que te tinhas apaixonado por mim, pela minha voz, pelos textos que escrevia, já sabias tudo sobre mim, que nunca te tinha acontecido te apaixonares assim, eu achei uma tremenda parvoíce, disse que era melhor me esqueceres, que não gostava de ti e que não tencionava vir a gostar, mas não tinha sequer pensado no que tinha dito, sai do autocarro, sem sequer te dizer mais alguma coisa, mas eu sabia que o que tinha dito era mentira, eu sentia me bem contigo, e ate gostava de ti, podias não ser o rapaz mais lindo do mundo, mas eu sentia qualquer coisa, e devia ter te dito, não sabes o quanto me arrependi, passei a noite toda a pensar, e cheguei á conclusão que te ia dizer a verdade, no outro dia entrei no autocarro, mais nervosa e mais feliz que sempre, mas para meu espanto não estavas lá, caiu-me tudo ao chão, não sabia o que fazer, pensei que não tivesse acontecido nada, e que no outro dia tu ias estar lá sentado no nosso lugar, mas não estavas, nem nunca mais estiveste... ainda hoje me deito a pensar que no outro dia te vou encontrar no autocarro, levanto-me pensando que vai ser hoje que te vou dizer realmente o que sinto por ti, mesmo não te encontrando nunca perco a esperança, passo os dias todos a pensar o que poderia ser diferente a esta hora se tivesse dito a verdade, e a imaginar as historias e os mistérios que os teus olhos escondiam.
B.Rolis

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